O Brasil está representado por sete pesquisadoras na 4ª edição do prêmio “25 Mulheres na Ciência Américas”. O prêmio, promovido pela 3M, contou com mais de 1.700 projetos inscritos na edição de 2024. Do total, mais de 300 projetos chegaram à fase final, com 75 cientistas reconhecidas. Entre elas, 25 foram laureadas. As sete cientistas brasileiras representam seis Estados.
As vencedoras receberão troféu e inclusão dos seus projetos no livro digital “25 Mulheres na Ciência 2024”. Além disso, foi criada uma ilustração para cada cientista e o seu projeto. Não há prêmio econômico, informou a 3M ao Valor.
De acordo com o Índice do Estado da Ciência 2023, uma pesquisa global da 3M, 84% dos brasileiros concordam que as mulheres são uma fonte de potencial inexplorado na força de trabalho nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (Stem, na sigla em inglês), com aplicação em carreiras técnicas, sustentabilidade, saúde e inovação.
Ainda segundo o estudo, 97% das pessoas no País estão preocupadas com as consequências das mudanças climáticas, sendo que 80% temem que o aquecimento global fará com que as pessoas sejam deslocadas das suas casas. Por isso, a edição do prêmio deste ano se concentrou no tema da sustentabilidade ambiental.
Conheça as cientistas brasileiras premiadas e os temas dos seus projetos:
Inmetro registra pedido de patente
Joyce Araújo é chefe do Laboratório de Fenômenos de Superfície e Filmes Finos (Lafes) do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Um de seus trabalhos com grafeno tem parceria com a pesquisadora Renata Simão, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Premiação é para fim científico, e não para projeto. Nós ganhamos reconhecimento, e isso traz muito benefício para a carreira
— Joyce Araújo
Nesse caso, o Inmetro registrou pedido de patente, dividido com as cientistas. Trata-se de uma nova tecnologia para fabricação de grafeno a partir de resíduos, de biomassa, explica Araújo.
O projeto tem pegada de carbono (CO2). A pesquisadora do Inmetro conta que a biomassa é colocada em forno de alta temperatura. O processo libera um gás que pode ser capturado e armazenado. O gás pode ser convertido em hidrocarboneto (propano, metano, por exemplo), para uso na indústria, combustível de aviação etc. Segundo Araújo, já está em curso uma negociação com uma empresa para uso do gás em escala industrial, mas o nome ainda não pode ser divulgado.