Roberto Requião deixa o PT com críticas à ‘frente da desesperança’ de Lula | Política

Redação
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Ex-governador, ex-prefeito e ex-senador, Roberto Requião desfiliou-se do PT com críticas ao partido e ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem apoiou nas eleições de 2022. Na avaliação do ex-governador, a frente ampla, “da esperança”, composta na disputa presidencial para eleger Lula, transformou-se em “desesperança”. Requião afirmou ainda que o PT “atravessou o rubicão”.

O ex-governador filiou-se ao PT em março de 2022, depois de ter saído do MDB, para concorrer ao governo do Paraná. Ficou no partido por dois anos. Na quarta-feira (27), protocolou no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná o pedido de desfiliação.

O descontentamento de Requião se intensificou com as negociações do PT para a disputa pela Prefeitura de Curitiba neste ano. O partido tem indicado que apoiará a pré-candidatura do deputado federal Luciano Ducci (PSB), adversário político do ex-governador. Requião, assim como lideranças petistas do Paraná, defendem o lançamento de um nome do PT, mas o comando nacional do PT prefere aliar-se a Ducci. Em troca, o PSB deve apoiar uma candidatura petista, provavelmente o da presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann, para concorrer ao Senado em eleição suplementar neste ano, se o senador Sergio Moro (União) for cassado.

Requião expôs suas críticas ao PT e ao governo Lula em vídeo e em postagens na rede social X (antigo Twitter). “Saí do PMDB [atual MDB] porque tinha se transformado em um balcão de negócios, sem nenhum princípio. Entrei no PT para derrubar o liberalismo econômico e por acreditar que o Lula no seu continuado processo de evolução ia fazer transformações no Brasil. Daí surgiu a tal frente da esperança, que, para mim, traz cada vez mais desesperança”, afirmou em um vídeo.

O ex-governador criticou ações do governo Lula no Paraná. “Diante do pedágio feito pelo Lula no Paraná, do apoio à venda da Copel, da Sanepar e a destruição do Porto de Paranaguá, a frente da esperança pretende terceirizar a derrota apoiando um candidato da direita à Prefeitura de Curitiba”, afirmou, em uma publicação na rede social. “Está ficando difícil entender o que está acontecendo”, disse, no vídeo.

Requião ponderou que continua apoiando o governo Lula e disse que não se arrepende de ter feito campanha pelo presidente em 2022. Entre os acertos, ressaltou a prisão de suspeitos por envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes. “[O governo] é bacana e ninguém deve se arrepender do apoio. Não me arrependo e continuo apoiando porque acho que está certo”, afirmou. No entanto, defendeu mudanças nos rumos do governo.

“Temos que evoluir. Continuar a crítica pesada e repensar nossa participação na política. Quero um governo que transforme o Brasil em favor da população. A tal frente da esperança não nos sinaliza hoje com nada disso. Estamos vendo a regressão”, declarou.

Roberto Requião, ex-governador, ex-prefeito e ex-senador — Foto: Leo Pinheiro/Valor

Fonte: Externa

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