O presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, afirmou, em depoimento à Polícia Federal (PF), que o relatório enviado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) questionando o resultado do segundo turno das eleições de 2022 foi uma iniciativa de Jair Bolsonaro e de deputados do partido.
À PF, Valdemar afirmou que pagou cerca de R$ 1 milhão pelo relatório ao Instituto Voto Legal, e que a empresa foi indicada pelo ex-ministro da Ciência e Tecnologia e senador eleito Astronauta Marcos Pontes (PL-SP).
No depoimento, Valdemar reconhece que o documento produzido pelo instituto não apresentou “qualquer indicação de irregularidade”, e que foi pressionado a ajuizar a ação no TSE por Bolsonaro e deputados do partido.
O presidente do PL afirmou à PF discordar dos questionamentos de Jair Bolsonaro quanto à lisura das eleições no país. “Que não concorda com a fala do presidente Bolsonaro, pois já participou de várias eleições e nunca presenciou nada que desabonasse o sistema eleitoral brasileiro. Inclusive, orientou a bancada do partido a votar contra a implementação do voto impresso”, diz a transcrição do depoimento.
Valdemar foi um dos alvos da Operação “Tempus Veritatis”, deflagrada em 8 de fevereiro e que atingiu também Bolsonaro e militares de alta patente. O teor do depoimento do assessor é um dos 27 que tiveram o sigilo retirado nesta sexta-feira (15) por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do inquérito.
O dirigente do PL chegou a ser preso, mas por posse ilegal de arma e porque agentes da PF encontraram uma pepita de ouro em sua casa. Ele foi liberado dias depois.