Portugal terá eleições legislativas neste domingo; entenda o cenário

Redação
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Valter Campanato/Agência Brasil

Primeiro-ministro de Portugal em visita ao Brasil

Os portugueses estão se preparando para votar neste domingo (10) para escolher os 230 deputados da Assembleia da República. O novo primeiro-ministro, que substituirá António Costa, do PS (Partido Socialista), será decidido nessas eleições.

Costa está no cargo desde 2015 e, após vencer a última eleição legislativa em janeiro de 2022, deveria permanecer até 2026. No entanto, em novembro de 2023, renunciou após ser implicado em uma investigação do Ministério Público sobre projetos irregulares de lítio e hidrogênio verde. Isso levou o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, a dissolver a Assembleia da República e convocar novas eleições.

Além de deixar o cargo de primeiro-ministro, Costa renunciou à liderança do Partido Socialista, levando o partido a realizar eleições internas para escolher seu novo secretário-geral. Pedro Nuno Santos, deputado e ex-ministro do governo Costa, venceu essa eleição. Se o PS conseguir formar um governo, ele se tornará o novo primeiro-ministro português.

O principal adversário do PS é a AD (Aliança Democrática), uma coligação formada por PSD (Partido Social Democrata), CDS-PP (Centro Democrático Social – Partido Popular) e PPM (Partido Popular Monárquico), liderada pelo social-democrata Luís Montenegro.

Nesta eleição, a diferença para a de 2022 é o “aparecimento do Chega [partido de direita] como uma 3ª força política”, algo que alterou “completamente” o cenário político.

O Chega foi criado em 2019 e, no pleito de 2022, conseguiu eleger 12 deputados, tornando-se o 3º maior grupo parlamentar na Assembleia.

Se o resultado das pesquisas eleitorais se confirmarem, tanto a direita quanto a esquerda vão precisar do apoio de outros partidos para formar governo. PS e AD buscaram apelar ao voto útil para conquistar eleitores indecisos.

Na esquerda, Pedro Nuno Santos é favorável à reedição da chamada “geringonça”, coalizão que possibilitou que o PS constituísse governo em 2015, além de buscar o apoio do Livre.

A AD deve contar com o apoio da IL (Iniciativa Liberal), mas a possibilidade de uma coalizão com o Chega ainda é incerta. Montenegro pediu que eleitores do Chega escolham a AD nestas eleições.

Principais candidatos

Pedro Nuno Santos, líder do PS (Partido Socialista), tem 46 anos. Ele é economista, deputado e serviu como secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares de 2015 a 2019, e como ministro das Infraestruturas de 2019 a 2022. Santos apresentou sua renúncia ao cargo de ministro em dezembro de 2022, após revelações sobre um pagamento de € 500 mil a Alexandra Reis como parte de um acordo de rescisão com a TAP. Durante seu mandato como secretário de Estado, ele colaborou com os partidos de esquerda que compunham a “geringonça”. Após sua demissão, retornou à Assembleia da República como deputado.

Luís Montenegro, líder do PSD, tem 51 anos e é formado em direito. Ele foi eleito deputado pela primeira vez em 2002 e reelegeu-se quatro vezes (2005, 2009, 2011 e 2015), totalizando 16 anos na Assembleia da República. Montenegro foi líder da bancada do PSD de 2011 a 2017, período que abrangeu o governo de Pedro Passos Coelho, primeiro-ministro de Portugal de 2011 a 2015, marcado por sérias dificuldades econômicas e medidas de austeridade fiscal. Após deixar a Assembleia da República em 2018, Montenegro dedicou-se aos estudos, realizando uma pós-graduação em direito à proteção de dados pessoais e um curso sobre gestão e liderança.

Fonte: Externa

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