No mundo todo, os gestores e líderes têm mais influência sobre a saúde mental dos seus funcionários do que os médicos e terapeutas, e o mesmo impacto que os cônjuges ou parceiros.
Essas descobertas são de um relatório do The Workforce Institute da UKG, empresa de tecnologia com soluções de RH, baseado em uma pesquisa com 3.400 funcionários e gerentes em 10 países.
Os líderes não estão fazendo o suficiente pela saúde mental
As conclusões reforçam que os trabalhadores estão cansados e estressados. Um em cada três afirma que os seus gestores não reconhecem o impacto que têm no bem-estar mental da sua equipe, e 7 em cada 10 gostariam que a sua empresa e o seu gestor fizessem mais para apoiar a saúde mental.
Outros estudos apontam para uma disparada da ansiedade dos trabalhadores este ano. As conclusões do Workforce Institute indicam que é hora de as empresas darem espaço para as discussões em torno da saúde mental dentro das suas equipes.
É importante que os líderes entendam como podem apoiar o bem-estar dos colaboradores, colocar isso como prioridade e criar culturas de trabalho voltadas para o bem-estar. “A constante ansiedade gerada por enfrentarmos uma crise global atrás da outra está desgastando os funcionários”, afirma Jarik Conrad, diretor executivo do The Workforce Institute na UKG. “A sobrecarga consome a energia e impacta a retenção de talentos, o desempenho, a inovação e a cultura da empresa.”
Segundo Conrad, os empregadores podem ser um ponto de estabilidade para seus colaboradores.
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O chefe também precisa de apoio
Não são apenas os funcionários que estão excessivamente estressados. Geralmente ouvimos que bons gestores são raros, mas eles também são humanos, sujeitos ao mesmo nível de estresse no trabalho (ou até mais) do que seus funcionários. O Workforce Institute descobriu que a alta administração citou fatores de estresse semelhantes aos de seus funcionários:
- 25% dizem que se sentem “frequentemente” ou “sempre” esgotados;
- 33% dos líderes C-level dizem que não querem mais trabalhar;
- 40% dos executivos dizem que provavelmente irão pedir demissão ainda este ano devido ao estresse relacionado ao trabalho.
A pesquisa do Workforce Institute levanta a questão: O que os gestores podem fazer para usar seu poder em benefício próprio e de seus funcionários?
Dados da Morning Consult, empresa americana de inteligência de negócios, revelam que apenas 31% das pessoas afirmam que suas opiniões são valorizadas pelos empregadores, caindo para apenas 27% entre as mulheres.
Estudos anteriores também mostram que são os gestores desinteressados e descuidados que estão ligados à baixa retenção e alta rotatividade.
A força de trabalho cita o oposto disso ao descrever um bom gestor. O critério número um é um líder que se preocupa com o seu liderado a nível pessoal. Pesquisas mostram que a empatia e outras competências interpessoais são reconhecidas como ferramentas fundamentais de liderança no mercado global de hoje.
A ideia de que profissionais não podem ser saudáveis se os locais de trabalho e os gestores não forem saudáveis é apoiada por um amplo conjunto de pesquisas que mostram que ambientes de trabalho tóxicos e sem apoio atrapalham os resultados financeiros da empresa.
Por outro lado, ambientes saudáveis – onde as empresas utilizam uma abordagem vantajosa para todos e os funcionários são tratados com respeito e empatia – têm trabalhadores mais felizes e produtivos que geram lucros para a companhia.
*Bryan Robinson é colaborador da Forbes US. Ele é autor de 40 livros de não-ficção traduzidos para 15 idiomas. Também é professor emérito da Universidade da Carolina do Norte, onde conduziu os primeiros estudos sobre filhos de workaholics e os efeitos do trabalho no casamento.