Padre é impedido de dar unção dos enfermos em UTI em Cuba

Redação
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Um padre de Cuba denunciou que foi proibido de entrar num
hospital na capital do país, Havana, para dar a unção dos enfermos (antes
chamada de extrema-unção) a um paciente numa UTI.

Em relato publicado no Facebook, o padre Jorge Luis Pérez
Soto, pároco na Igreja São Francisco de Paula, relatou que a situação ocorreu no
Hospital Manuel Fajardo na última quinta-feira (7).

“Os familiares de um paciente gravemente enfermo, que se
encontra na UTI deste lugar, me pediram o sacramento da Unção para o seu ente
querido. Minha entrada foi negada porque está proibida”, escreveu Soto.

“Entendo a seriedade do cuidado que os enfermos merecem.
Existem maneiras de entrar e sair adequadamente de um lugar como este”,
escreveu o padre.

“Ainda assim, também compreendo a seriedade da decisão de negar ajuda espiritual a uma pessoa que se encontra num estado provavelmente terminal. Não é a primeira vez que isso acontece comigo. Também em outras ocasiões me foi permitido [entrar]. Então, é algo institucional ou pessoal?”, afirmou Soto.

Uma reportagem da Agência Católica de Informações lembrou
que em fevereiro de 2022 o mesmo padre foi proibido de entrar na Universidade
de Havana para participar de um evento com o cardeal Beniamino Stella, enviado
do papa Francisco, apesar de ter sido convidado.

Soto é conhecido pela postura crítica à ditadura de Cuba –
numa homilia em 2020, ele disse que, “quando um governante não está disposto a
renunciar, a sair do caminho, ele é um tirano” e que “nenhum César é colocado
por Deus neste mundo”.

Na sua mais recente lista de países que mais perseguem os cristãos, a organização Portas Abertas colocou Cuba em 22º lugar, porque, entre outros motivos, a ditadura pressiona instituições cristãs para que não “concorram” com o Partido Comunista, persegue líderes religiosos que criticam a ditadura e nega o registro ou ignora o pedido de igrejas para funcionar legalmente, facilitando fechamentos e sanções contra elas.

Fonte: Externa

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