O que é a ByteDance, matriz do TikTok na mira dos EUA?

Redação
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Desde seu nascimento em um apartamento de Pequim há 12 anos, a ByteDance se tornou um dos maiores grupos de tecnologia do mundo, conhecido sobretudo como o criador do aplicativo de compartilhamento de vídeos TikTok.

O TikTok, aplicativo lançado em 2017 pela companhia chinesa como uma versão internacional do Douyin – que conta atualmente com centenas de milhões de usuários -, cativou o mundo e atraiu mais de 1 bilhão de usuários em quatro anos.

Graças ao enorme crescimento dessas redes, a ByteDance se aventurou também no comércio eletrônico e na reserva de viagens, e afirma ter mais de 150 mil funcionários em quase 120 cidades pelo mundo.

Esse grupo privado não divulga suas receitas e lucros, mas as estimativas da imprensa o colocam no mesmo nível que algumas das maiores companhias a nível global.

Em 2023, as vendas da ByteDance superaram os US$ 110 bilhões (R$ 546,69 bilhões), indicou a Bloomberg em dezembro, um número maior que a receita estimada do gigante tecnológico chinês Tencent para o mesmo ano.

A ByteDance não respondeu às perguntas da AFP sobre seus lucros.

Tanto o TikTok quanto a Meta, empresa matriz do Facebook, pagam à AFP e mais de 100 organizações de checagem de fatos para verificar vídeos que possam conter informações falsas.

A quem pertence a ByteDance?

Segundo o TikTok, cerca de 60% da ByteDance pertence a investidores institucionais, entre eles o gigante americano BlackRock. Seus fundadores têm 20% e o restante pertence a funcionários.

A empresa chinesa, constituída nas Ilhas Caimã, também tem a General Atlantic entre seus investidores. Três dos cinco membros de seu conselho são americanos, informou o TikTok.

Uma entidade estatal chinesa possui 1% do Douyin, de acordo com o site da ByteDance. O TikTok garante que se trata de uma exigência sob a legislação da China e que não afeta as operações internacionais da matriz.

O portal especializado em tecnologia The Information indicou em 2021 que essa participação de 1% acompanhava um assento no conselho do grupo.

Em março do ano passado, durante uma audiência do Congresso dos Estados Unidos, o diretor executivo do TikTok, Shou Zi Chew, respondeu “acredito que sim” ao ser questionado se um funcionário chinês integrava o conselho da ByteDance.

No entanto, assegurou que o TikTok não seria “manipulado por nenhum governo”.

Por que a ByteDance preocupa os Estados Unidos?

Muitos legisladores americanos não estão tão seguros de que o TikTok seja independente de Pequim, apesar de sua sede não estar na China.

O projeto de lei aprovado nesta quarta na Câmara dos Representantes busca pressionar o TikTok para que a rede social se desvincule da ByteDance.

Aqueles que apoiam essa iniciativa afirmam que a companhia permite que Pequim espione e manipule cerca de 170 milhões de usuários nos Estados Unidos.

Agências de inteligência americanas e de segurança – incluindo o diretor do FBI esta semana – compartilham dessas preocupações.

O TikTok foi banido dos celulares de trabalho dos funcionários governamentais dos Estados Unidos e de outros países, como Austrália e Canadá, por motivos de segurança.

O que dizem a ByteDance e o TikTok?

Ambos garantem que não há risco para os dados de usuários americanos. O diretor executivo do TikTok insiste que o governo chinês nunca pediu esses dados e que nunca os forneceu.

O aplicativo diz que passa todo seu tráfego nos Estados Unidos por uma infraestrutura no próprio país.

Se a lei for aprovada, a empresa levará o caso aos tribunais, segundo a Bloomberg. Porém, seu destino no Senado é incerto, pois figuras importantes não querem tomar uma medida tão drástica contra a popular rede social.

E a China?

A China afirmou várias vezes que é contra a venda forçada do TikTok e, nesta quarta-feira, criticou que a empresa seja tomada como alvo.

“O governo dos Estados Unidos, embora nunca tenha encontrado evidências de que o TikTok represente uma ameaça à segurança nacional americana, não parou de reprimi-lo”, declarou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Wang Wenbin, citando um “comportamento intimidatório”.

Qualquer venda do TikTok provavelmente exigirá a aprovação de Pequim.



Fonte: Externa

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