nove pessoas morrem por comer carne de tartaruga

Redação
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Rainer von Brandis/Pesquisa Fapesp/Reprodução

Tartaruga marinha

Oito crianças e uma mulher morreram após comer carne de tartaruga marinha na ilha de Pemba, em Zanzibar, no leste da  África.
Outras 78 pessoas foram hospitalizadas – todas vítimas de quelonitoxismo, um tipo de intoxicação alimentar.

As informações foram confirmadas pelas autoridades locais no último sábado (9). A mulher faleceu na sexta-feira (8) – ela era a mãe das oito crianças mortas –, e a carne teria sido ingerida na última terça (5), segundo o médico Haji Bakari, do distrito de Mkoani. Ele confirmou a morte por envenenamento pelo consumo da carne, após testes laboratoriais.

Apesar dos riscos que o consumo da carne de tartaruga oferece, o alimento é considerado uma iguaria em Zanzibar. Cozinhar a carne não previne as doenças, que podem ser causadas pela ingestão de qualquer parte do animal, de acordo com especialistas. 

A  intoxicação
ocorre quando se ingere a carne com acúmulo de biotoxinas. Esses animais, no entanto, não apresentam sinais externos nos quais seja possível identificar a doença. As 78 vítimas sobreviventes estão internadas no Hospital Abdalla Mzee Mkoani, com estado de saúde estável, de acordo com a imprensa local. 

Entenda o quelonitoxismo

O quelonitoxismo é considerado uma intoxicação alimentar com alto índice de mortalidade ligada diretamente ao consumo de carne de tartaruga marinha. Entre os principais sintomas, há sensação de queimação na boca e garganta, náuseas, vômitos, dores abdominais e diarreia. 

Complicações neurológicas, renais e hepáticas também podem surgir nas horas seguintes à contaminação. Casos mais graves indicam que há perda no nível da consciência, e sequelas neurológicas podem permanecer nos sobreviventes, incluindo tetraplegia e demência.

Casos anteriores foram registrados por diferentes espécies de tartarugas marinhas: Chelonia mydas (tartaruga verde), Eretmochelys imbricata (tartaruga-de-pente), Caretta caretta (tartaruga cabeçuda) e Dermochelys coriacea (tartaruga-de-couro), além da tartaruga gigante do sul da Nova Guiné (Pelochelys briboni), que vive em água doce.

Caso mais recente era de 2021

Em novembro de 2021, outro caso de quelonitoxismo ocorreu no país. Na mesma ilha de Pemba, sete pessoas morreram após terem ingerido a carne de tartaruga. Uma das vítimas foi uma criança de 3 anos.

O alimento é considerado uma iguaria na região, mas exige cuidados especiais. À época, autoridades de Zanzibar divulgaram uma mensagem pedindo que as pessoas evitassem o consumo da carne do animal.

Fonte: Externa

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