Mudança na Petrobras despertou as ‘junior oils’ – e explica fusão entre Enauta e 3R

Redação
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A união entre 3R Petroleum (RRRP3) e Enauta (ENAT3), anunciada nesta quarta-feira (10), abre caminho para um cenário inédito de consolidação das chamadas “junior oils” no Brasil. Com o movimento, deve surgir uma petroleira mais competitiva e próxima da Prio em volume de produção, mas ainda com o desafio de incrementar sua receita, que não chega a 60% da rival, a segunda maior do setor.

Um dos maiores trunfos da combinação recém-anunciada é seu campo de atuação. Agora com presença tanto em alto mar como onshore, 3R e Enauta devem gerar sinergia com ativos de infraestrutura, gasodutos e a refinaria Clara Camarão, no Rio Grande do Norte. 

O movimento cria um desafio adicional para petroleiras menores como a PetroReconcavo (RECV3), que deve buscar alternativas após o fracasso da tentativa de união com a 3R em março. 

A avaliação, no geral, é de que a transação com a Enauta fazia mais sentido e traria mais sinergia para o negócio. “A companhia fica bem desalavancada, com uma base de acionistas relevantes, mas pulverizada e com capacidade para fazer outras transações”, avalia um executivo próximo da operação.

Procurada pelo IM Business para comentar o negócio, a 3R não havia se manifestado até a última atualização desta matéria.

Consolidação à vista?

As junior oils apareceram na esteira do plano de desinvestimentos da Petrobras (PETR4) nas gestões de Michel Temer e Jair Bolsonaro. Com a venda de ativos aquecida, players menores ganharam terreno para operar, mas isso mudou após o atual governo ter congelado os planos da petroleira.

Desde então, o desafio das menores é se manter rentáveis sem ter o que comprar do maior vendedor do mercado e também sem caixa para fazer aquisições no exterior.

“Isso precipitou o movimento de M&As que começamos a ver e que mostra um novo ciclo para as junior oils”, comenta Adriano Pires, sócio-fundador e diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).

A companhia fruto da fusão soma um valor de mercado de R$ 15,8 bilhões, segundo dados de fechamento da véspera, fornecidos por Einar Rivero, da Elos Ayta Consultoria. 

A cifra é mais que o dobro do que vale a PetroReconcavo (R$ 6,3 bilhões). A Prio, que só perde da Petrobras em tamanho, é avaliada em R$ 41,8 bilhões.

Sobre a operação

A 3R Petroleum (RRRP3) e a Enauta (ENAT3) anunciaram que firmaram um acordo para a combinação de seus negócios, proposta que havia sido divulgada no último dia 2 de abril. O negócio incluiu a participação da Maha Energy Offshore.

A proposta prevê a incorporação das ações da Enauta pela 3R. Como resultado, a nova composição do capital social da 3R será de 53% dos acionistas da 3R e 47% dos acionistas da Enauta.

A proposta da Enauta veio depois que a Petroreconcavo havia iniciado discussões com a 3R para uma fusão, negociações suspensas na semana passada após o avanço da rival.

O CEO da petroleira, Décio Oddone, disse à Reuters mais cedo nesta quarta-feira que a operação será finalizada ainda no primeiro semestre.

Após a fusão, a nova petroleira terá como principais acionistas o Bradesco, a gestora Jive, as famílias Gerdau e Queiroz Galvão, além da Maha Energy. 

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Fonte: Externa

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