Em depoimento que começou na tarde de segunda-feira (11)
e terminou somente na madrugada desta terça-feira (12), Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro
(PL) ao ser questionado pela Polícia Federal (PF), falou sobre temas como: escândalo das joias, plano do golpe de Estado, registro falso de vacina e a “Abin paralela”.
Os agentes da PF disseram que o depoimento de Cid teve como objetivo “fechar os pontos que estavam ambíguos ou abertos de oitivas anteriores”. Para os investigadores, o depoimento que durou cerca de oito horas, portanto, serviu para esclarecer pontos que ainda estavam vagos.
De acordo com os agentes federais, Cid foi questionado se era de seu conhecimento que Bolsonaro tinha em mente um plano para não sair de seu cargo político. Ao responder, manteve a mesma versão anterior: foi discutida uma minuta de decretação de estado de defesa, mas não afirma que o ex-presidente planejava um golpe de Estado.
Assim que perdeu as eleições em 2022, o ex-presidente teria se reunido com generais, mas disse não ter participado do encontro em que militares das Forças Armadas teria debatido os termos da minuta do golpe, segundo depoimento de Cid.
A PF já colheu outros depoimentos como o do general Freire Gomes e do brigadeiro Carlos Baptista Junior, que são ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica
. O depoimento de Cid vai ao encontro com o de ambos militares.
Apesar da oitiva de Cid ter sido considerada satisfatória segundo os investigadores, sua colaboração com as investigações não se encerrou ainda. O ex-ajudante de Bolsonaro deve ser chamado para depor nos próximos meses, antes a PF deve mandar comitiva aos EUA para obter documentos na investigação do escândalo das joias trazidas da Arábia Saudita.