Na esteira de uma semana tumultuada, onde o rumo dos juros no Brasil e nos Estados Unidos esteve em debate, as taxas futuras encerraram o pregão desta sexta-feira (22) próximas dos ajustes.
No fim dos negócios, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 caiu de 9,93% no ajuste anterior para 9,915%; a do DI para janeiro de 2026 recuou de 9,855% para 9,84%; a do contrato para janeiro de 2027 se manteve em 10,09% e a do contrato para janeiro de 2029 subiu de 10,57% para 10,585%.
O humor externo foi determinante para o bom comportamento dos juros locais nesta sexta-feira. Enquanto houve uma retirada de prêmios da curva de rendimentos dos Treasuries, o mercado local se manteve bastante alinhado, embora na segunda etapa dos negócios as taxas de longo prazo tenham subido em alguns momentos, desafiando o viés mais positivo do exterior.
“O bom humor vindo do exterior gerou uma leve queda das taxas locais, especialmente as mais curtas, mas foi um movimento bem tímido, uma vez que os mercados emergentes sofreram devido ao que aconteceu com o yuan”, diz o trader de renda fixa de um grande banco local.
Hoje, o Banco Popular da China (PBoC) fixou o câmbio em um nível bem mais apreciado que o esperado pelos participantes do mercado, o que provocou uma desvalorização expressiva do yuan, com impacto em outras moedas de mercados emergentes. Por aqui, o dólar voltou ao nível psicológico de R$ 5 durante a sessão.
“Agora, além de ficarem ligados ao clima externo, os players estão ansiosos para ler a ata da última reunião do Copom e o IPCA-15 de março, ambos a serem divulgados na terça-feira [26]. A Selic terminal está próxima de 9,6% e, para ficar abaixo disso, teríamos que ver algumas boas leituras de inflação. Continuamos acreditando que os riscos são de uma taxa menor do que a que está precificada e, por isso, continuamos aplicados, mas com uma posição bem menor”, diz o trader.