Os recifes de coral ao redor do mundo estão passando por um evento de branqueamento em massa à medida que a crise climática gera temperaturas oceânicas sem precedentes, revelou um comunicado conjunto da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, na sigla em inglês) e da Iniciativa Internacional para Recifes de Coral (ICRI, na sigla em inglês), alertando que este pode se tornar o pior período de branqueamento já registrado.
“É provável que este evento ultrapasse o pico anterior de 56,1% em breve. A porcentagem de áreas de recifes experimentando estresse térmico de branqueamento vem aumentando cerca de 1% por semana”, disse Derek Manzello, coordenador do programa Coral Reef Watch da NOAA, em entrevista à “CNN”.
Este marca o quarto evento global de branqueamento do mundo e o segundo na última década, com períodos anteriores em 1998, 2010 e entre 2014 e 2017. No último ano, o branqueamento em massa foi confirmado em diversas regiões, incluindo no Brasil.
Os últimos 12 meses foram os mais quentes registrados no planeta e as temperaturas oceânicas têm aumentado fora dos padrões, atingindo recordes em fevereiro e novamente em março, segundo dados do Serviço de Mudança Climática Copernicus da Comissão Europeia.
Quando os corais são expostos ao estresse das ondas de calor marinhas, eles expulsam as algas que vivem dentro de seus tecidos, que lhes fornecem tanto sua cor quanto a maior parte de sua energia. Se as temperaturas oceânicas não voltarem ao normal, o branqueamento pode levar à morte em massa dos corais, ameaçando as espécies e cadeias alimentares que dependem deles.