No caso de você ter perdido a maior notícia da música da semana, Beyoncé lançou seu novo álbum na última sexta-feira (29). “Act II: Cowboy Carter” mostra que gêneros musicais são rótulos que aprisionam a música.
O álbum de 27 faixas contém música country, claro, mas também tem folk, gospel, rap, pop e até ópera italiana – e celebra o desejo da Byeoncé expandir além de rótulos e limites. Ela até fez questão de deixar isso claro quando ela publicou no Instagram que “Cowboy Carter” não é um “álbum de country, é um álbum da Beyoncé“.
O resultado é uma coletânea musicalmente rica, com letras criativas e que traz uma Beyoncé distinta.
Na faixa mais hip-hop de “Cowboy Carter”, “SPAGHETTII”, que é introduzida pela pioneira da música negra Linda Martell, Beyoncé faz um rap no começo com referência a um dos maiores vilões da Marvel.
“At the snap of my fingers, I’m Thanos” (“Quando eu estalar meus dedos, sou o Thanos”), ela canta. No universo dos quadrinhos e do cinema, Thanos pode transformar pessoas e até o universo em poeira apenas ao estalar os dedos.
“SPAGHETTII” é Beyoncé em um dos seus momentos mais desenfreados do novo álbum, trazendo um lado mais bruto enquanto ela faz rap em um álbum que todos pensaram que seria exclusivamente “country” (que é por si só um termo guarda-chuva em mutação), misturado com músicas mais introspectivas quanto “Daughter” e a linda balada “Alligator Tears”.
A música, que traz participação do cantor Shaboozey, também contém diversas referências ao álbum anterior de Beyoncé, “Renaissance“. O disco, que é o primeiro ato desta era, possui a faixa “Virgo’s Groove” – que pode ser considerada como uma referência na frase “That Beyoncé Virgo s-t“, cantada por Shaboozey.
Depois no álbum vem “Ya Ya“, o sucesso espiritual de “Renaissance” ao utilizar melodia trabalhada e contagiante, que também é cheia de referências como ao utilizar um sample do hit “These Boots Are Made for Walkin””, de Nancy Sinatra. Ainda na mesma faixa, a Queen B utiliza outro hit: “Good Vibrations”, dos Beach Boys, quando ela canta: “She’s pickin’ up good vibrations, he’s lookin’ for sweet sensations“.
Existem muitas referências para listar em “Cowboy Carter” – incluindo o trecho na penúltima música “Sweet Honey Buckin’“, que parece que ela comenta diretamente na fala de seu marido Jay-Z no começo deste ano e que fala sobre o fato de que ela nunca ganhou um Grammy de Álbum do Ano – mas ela não parece se importar com isso.
Ao longo do álbum, Beyoncé reconhece a influência dos artistas que vieram antes dela e subverte o conceito da música country ao conectá-la do passado ao presente. Além da presença de Martell em diversos interlúdios do álbum, também é possível ouvir samples de Chuck Berry em “Smoke House Willie Nelson” e “Oh Louisiana“.
Ao longo do tempo, Beyoncé reconhece a influência dos artistas que vieram antes dela e subverte conceitos da música country ao conectar o passado ao presente. Além da presença de Martell em vários interlúdios de álbuns, samples de Chuck Berry podem ser encontrados, brevemente em “Smoke House Willie Nelson” e de forma acelerada em “Oh Louisiana”.
Na segunda música, seu belo cover da música “Blackbird” dos Beatles, a Queen B se junta com cantores e compositores negros emergentes no country como: Tanner Adell, Reyna Roberts, Tiera Kennedy e Brittney Spencer. Em “Just for Fun“, ela faz dueto com Willie Jones, que descreveu seu próprio som como uma ponte entre “block party” e “festa no celeiro”.
Beyoncé mostra que tem espaço para todos na sua festa “Cowboy Carter” – e quanto mais, melhor.
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