Chegada do equinócio aumenta ocorrência de auroras

Redação
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Conforme noticiado pelo Olhar Digital, março é o melhor mês do ano para se observar auroras. Com a proximidade do equinócio outonal, que será na próxima quarta-feira (20), a tendência é que isso se intensifique ainda mais.

De acordo com registros históricos, distúrbios geomagnéticos causados pelos ventos solares são quase duas vezes mais prováveis durante os equinócios (março/abril e setembro/outubro) do que nos demais meses.

Mesmo jatos de material solar fracos são capazes de provocar auroras nessas épocas, como resultado do chamado efeito Russell-McPherron, que eleva a atividade geomagnética nos dias em torno dos equinócios, causando rachaduras na magnetosfera do planeta, o que aumenta a ocorrência das luzes do norte.

A imagem abaixo foi capturada por Matt Melnyk, enquanto pilotava um Boeing 787 Dreamliner sobre Calgary, no Canadá, a 10 mil metros do solo. “Às vezes estávamos tão ao norte, que eu podia ver a aurora ao sul! A cabine de comando é o escritório com a melhor vista do mundo”.

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O que são auroras?

Fenômeno óptico que ocorre em latitudes extremas do globo terrestre, a aurora (boreal, quando formada no norte e austral, quando é formada no sul) é frequentemente visível a olho nu e é avistada nos céus noturnos. Apesar de geralmente apresentarem uma cor esverdeada leitosa, essas luzes também podem exibir tons de vermelho, azul, violeta e rosa. 

Como as auroras se formam:

  • O Sol tem ciclos de 11 anos de atividade solar;
  • Ele está atualmente no que os astrônomos chamam de Ciclo Solar 25;
  • Esse número se refere aos ciclos que foram acompanhados de perto pelos cientistas;
  • No auge dos ciclos solares, o astro tem uma série de manchas em sua superfície, que representam concentrações de energia;
  • À medida que as linhas magnéticas se emaranham nas manchas solares, elas podem “estalar” e gerar rajadas de vento;
  • De acordo com a NASA, essas rajadas são explosões massivas do Sol que disparam partículas carregadas, principalmente elétrons e prótons, para fora da estrela em jatos de plasma (também chamados de “ejeção de massa coronal” – CME);
  • Os clarões (sinalizadores) são classificados em um sistema de letras pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) – A, B, C, M e X – com base na intensidade dos raios-X que elas liberam, com cada nível tendo 10 vezes a intensidade do anterior;
  • Se o jato estiver voltado para a Terra, a magnetosfera do planeta desvia a maioria das partículas, embora algumas consigam penetrar na atmosfera ao seguir as linhas magnéticas, especialmente nas regiões polares.
  • Ao penetrar na atmosfera, as partículas reagem com moléculas ali presentes, produzindo as auroras.

Cores padrão das auroras:

  • Verde: excitação de átomos de oxigênio na atmosfera por partículas de alta energia;
  • Vermelho: excitação de átomos de oxigênio na atmosfera por partículas de baixa energia em altitudes mais elevadas;
  • Azul e roxo: excitação de átomos de nitrogênio na atmosfera por partículas de alta energia;
  • Rosa: excitação de átomos de oxigênio na atmosfera por partículas de baixa energia em altitudes mais elevadas.

STEVEs também adoram equinócios

Outro fenômeno mais provável de ocorrer nos dias em torno dos equinócios são os STEVEs (sigla em inglês para “forte aumento da velocidade térmica”). As correntes de plasma que fluem como fitas através da magnetosfera perturbada da Terra brilham roxas no céu noturno, como na foto abaixo.

Fred Hirschmann via Spaceweather.com

Fred Hirschmann, fotógrafo responsável pelo registro, viu este STEVE sobre Glacier View, no Alasca, na quarta-feira (13). “Minha esposa, Randi, e eu saímos para jantar ao ar livre à meia-noite. Ela notou uma faixa estreita de luz que se estendia ao longo do horizonte. Eu disse que poderia ser um STEVE e corri para dentro para pegar minha câmera. Uma exposição de dez segundos em f2.8 e ISO 1600 revelou a cor roxa reveladora desse fenômeno”.

Hirschmann conta que, após o avistamento, verificou os dados de vento solar na plataforma de meteorologia e climatologia espacial Spaceweather.com. “O campo magnético do vento solar que chegava tinha virado para o sul por algumas horas”, observou. Essa é exatamente a condição que abre uma “rachadura de equinócio”.

Embora pareça, o STEVE não é um tipo de aurora – o brilho multicolorido que aparece em altas latitudes quando partículas de radiação solar colidem com átomos na atmosfera superior da Terra. Equivocadamente, no entanto, muitas publicações insistem nessa classificação.

Enquanto as auroras, como explicado acima, tendem a cintilar em amplas faixas de luz verde, azul ou avermelhada, dependendo de sua altitude, o STEVE normalmente aparece como uma única fita de luz lilás e branca que se estende por centenas de quilômetros. Às vezes, essa fita luminosa é acompanhada por uma linha verde de luzes picotadas, semelhante a uma cerca.



Fonte: Externa

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