Apesar de veto de Lula, ministros do governo condenam ditadura militar nas redes sociais | Política

Redação
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No dia em que o golpe militar de 1964 completa 60 anos, ministros do governo Lula usaram as redes sociais, neste domingo (31), para repudiar o regime ditatorial, que durou 21 anos no país. O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), orientou as Pastas a não fazerem atos oficiais alusivos à data para evitar um acirramento na relação com as Forças Armadas.

“Por que ditadura nunca mais? Porque queremos um país social e economicamente desenvolvido, e não um ‘Brasil interrompido’. Porque queremos um país soberano, que não se curve a interesses opostos aos do povo brasileiro. Porque queremos um país institucional e culturalmente democrático. Porque queremos um país em que a verdade e a justiça prevaleçam sobre a mentira e a violência. Porque queremos um país livre da tortura e do autoritarismo. Porque queremos um país sem milícias e grupos de extermínio”, escreveu o ministro.

Almeida reafirmou, neste domingo, o “compromisso com as políticas de memória e verdade” sobre a data. O posicionamento ocorre no momento em que há um impasse no governo sobre a volta da comissão de mortos e desaparecidos da ditadura militar.

Ele planejava fazer um ato alusivo às vítimas da ditadura, mas o evento foi vetado por Lula. Como mostrou o Valor, o presidente pediu a um interlocutor que telefonasse ao ministro dos Direitos Humanos e defendeu que é preciso “virar a página” na relação com as Forças Armadas, que nos últimos anos mantiveram uma relação de alinhamento ao bolsonarismo.

O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, afirmou que “é preciso ter ódio e nojo da ditadura, como disse Ulisses Guimarães” — Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

Apesar disso, o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), Paulo Pimenta, também se posicionou sobre a data e disse que “defender a democracia é um desafio que se renova todos os dias”.

“Ditadura Nunca Mais! A esperança e a coragem derrotaram o ódio, a intolerância e o autoritarismo. Defender a democracia é um desafio que se renova todos os dias”, declarou Pimenta, nas suas redes sociais.

O ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, fez uma homenagem à ex-presidente Dilma Rousseff, hoje presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), que foi presa e torturada durante a ditadura.

“DEMOCRACIA SEMPRE!!! Minha homenagem nesta data é na pessoa de uma mulher que consagrou sua vida à defesa da Democracia, Dilma Rousseff. Que a Luz da Democracia prevaleça, SEMPRE. Essa é a causa que nos move”, escreveu Messias.

Outro a se manifestar foi o ministro da Educação, Camilo Santana, que disse que é preciso lembrar e repudiar a ditadura “para que ela nunca mais se repita”. “A mancha deixada por toda dor causada jamais se apagará. Viva a democracia, que tem para nós um valor inestimável.”

O ministro Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário, fez uma homenagem “a todos que perderam a vida e a liberdade, em razão da ruptura da democracia no dia 31 de março de 1964, que levou o país a um período de trevas”. “Minha homenagem a Rubens Paiva, Wladimir Herzog e Manoel Fiel Filho, que lutaram pela democracia no Brasil”, destacou.

A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, também fez uma homenagem “a todas as pessoas presas, torturadas ou que tiveram seus filhos desaparecidos e mortos na ditadura militar”. “Que o golpe instalado há exatos 60 anos nunca mais volte a acontecer e não seja jamais esquecido.”

Fonte: Externa

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