Após uma semana em que o mercado postergou, mais uma vez, as apostas para o início do ciclo de flexibilização monetária do Federal Reserve (Fed), os agentes econômicos aguardam com ansiedade o índice de preços ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos referente a março, que pode consolidar a sensação de que os juros americanos podem começar a cair somente na segunda metade deste ano.
Ao longo da semana, discursos de dirigentes do Fed também devem ser acompanhados e, assim, ganha destaque a participação do presidente da distrital de Minneapolis, Neel Kashkari, em evento na segunda-feira, após declarações de que o banco central pode até mesmo deixar para cortar os juros somente em 2025. Além disso, a ata da decisão de política monetária de março do Fed, que será divulgada na quarta-feira, será acompanhada de perto em busca de pistas sobre o rumo dos juros americanos.
Os dados de inflação do Brasil também são o principal destaque da agenda de indicadores doméstica. O IPCA de março deve ser visto com atenção na quarta-feira, 10 de abril, e pode marcar uma desaceleração expressiva em relação a fevereiro. No entanto, os participantes do mercado, além do número “cheio”, devem acompanhar os detalhes do indicador. No momento em que existe a percepção de que o Banco Central pode desacelerar o ritmo de cortes na Selic a partir de junho, o comportamento da inflação de serviços será observado com lupa pelos agentes.
Além disso, tanto na quinta quanto na sexta-feira, os dados de atividade econômica podem dar maior nitidez ao desempenho da atividade econômica no início do ano. Após surpresas altistas muito fortes em janeiro, tanto as vendas no varejo quanto o volume de serviços prestados de fevereiro, caso surpreendam novamente, podem indicar mais à frente a chance de elevação nas expectativas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano.
