Adeus, Odysseus: primeira missão comercial à Lua chega oficialmente ao fim

Redação
Redação

Ele entrou para a história como a primeira espaçonave privada a pousar na Lua, além de representar o retorno dos EUA ao satélite natural da Terra após mais de meio século,  desde a missão Apollo 17 em 1972. No fim de semana, o módulo de pouso Nova-C (nesta versão apelidado de Odysseus) teve decretado oficialmente o fim de sua missão.

Última selfie da sonda Odysseus, antes de se desligar na Lua. Crédito: Intuitive Machines

Além disso, por causa da orientação dos painéis solares, temia-se que a missão fosse encurtada pela incapacidade da espaçonave de gerar energia. No entanto, para satisfação geral, isso não aconteceu, e a sonda foi desligada no momento esperado, em 29 de fevereiro, quando se iniciou a noite na Lua. A Intuitive Machines anunciou o desligamento no X (antigo Twitter).

“Antes que sua bateria se esgotasse, Odysseus completou uma transmissão de despedida adequada. Recebida hoje, esta imagem de 22 de fevereiro mostra a Terra crescente como pano de fundo, um lembrete sutil da presença da humanidade no Universo”, publicou a empresa, finalizando a postagem com uma mensagem de despedida e otimismo. “Boa noite, Odie. Esperamos ouvi-lo novamente”.

Isso significa que a Intuitive Machines e a NASA acreditavam ser possível que Odysseus “acordasse” dentro de duas semanas (período equivalente a uma noite lunar) – assim como aconteceu com a sonda SLIM (sigla em inglês para “Nave Inteligente para Investigação da Lua”), da agência espacial do Japão (JAXA).

No entanto, isso não aconteceu, e a empresa também usou o X no último sábado (23) para anunciar que a missão chegou ao fim.

A partir de 23 de março, às 10h30 da manhã, os controladores de voo decidiram que suas projeções estavam corretas, e o sistema de energia de Odie não completaria outra chamada para casa. Isso confirma que Odie desligou-se permanentemente depois de cimentar seu legado na história como o primeiro módulo de pouso lunar comercial a pousar na Lua.

Intuitive Machines, no X.

NASA considera missão IM-1 um sucesso

Em entrevista concedida em 28 de fevereiro, Bill Nelson, administrador da NASA, disse que a missão é considerada um sucesso. “Estamos no sexto dia do que foi planejado como uma missão de oito dias. E ainda estamos recebendo dados. E estamos recebendo dados de todos os nossos seis instrumentos”.

Os instrumentos da NASA incluem um sensor de descida e pouso baseado em laser, um sistema de câmeras para detalhar a pluma gerada pelo pouso lunar de Odysseus e um novo “medidor de combustível da era espacial”, que utiliza sensores para medir o propelente remanescente nos tanques do módulo de pouso.

Mais tarde, naquele mesmo dia, em uma coletiva de imprensa realizada no Centro Espacial Johnson, da NASA, representantes da agência e da Intuitive Machines forneceram atualizações da missão.

Estiveram presentes Joel Kearns, vice-administrador associado do setor de Exploração da Diretoria de Missões Científicas da NASA, Sue Lederer, cientista de projetos do programa Serviços Comerciais de Carga Útil Lunar (CLPS) da agência, Steve Altemus, CEO e cofundador da Intuitive Machines, e Tim Crain, CTO e cofundador da empresa.

Segundo informado na conferência, a espaçonave superou as expectativas, fornecendo não apenas dados de todos os instrumentos da NASA, como também das demais seis cargas úteis de empresas comerciais parceiras.

Sonda quebrou a perna na Lua

Durante a coletiva, a empresa apresentou imagens feitas pelas câmeras de pouso da sonda Odysseus. Nelas, é possível ver o módulo inclinado na superfície da Lua e uma de suas “pernas” quebrada, “mas ainda mais ereto do que pensávamos inicialmente”, disse Altemus.

Imagem registrada pela câmera de pouso mostra que a sonda Odysseus quebrou uma “perna” ao chegar à Lua. Crédito: Intuitive Machines

A missão IM-1 faz parte do CLPS, programa por meio do qual a NASA contrata  empresas privadas dos EUA por serviços de carga para a Lua. A agência considera o CLPS uma maneira mais econômica de fazer ciência, ao mesmo tempo em que semeia o que espera que se torne uma economia lunar próspera.

A Intuitive Machines tem mais duas missões à Lua em perspectiva para 2024 – sendo que a próxima fará um robô perfurar a superfície do astro. “Abrimos as portas para uma economia cislunar robusta e próspera no futuro. Isso é convincente”, disse Altemus. “Acho que esse experimento CLPS, esse primeiro pouso, o sucesso na Lua para os EUA pela primeira vez em 52 anos, é realmente um ponto da história que devemos comemorar”.



Fonte: Externa

Compartilhe esse artigo