O fantasma do desligamento (“shutdown”) de áreas sensíveis do governo volta a assombrar os Estados Unidos da semana, ainda que isso possa acontecer apenas parcialmente e de forma temporária.
No início de março, o Congresso aprovou um pacote de gastos englobando seis dos 12 projetos de lei de dotações orçamentárias anuais necessários para financiar o governo federal. Mas os demais projetos, que representam o financiamento para cerca de 70% da administração, precisam passar por votação e serem assinados pelo presidente Joe Biden até a meia-noite do sábado (22).
A dimensão do pacote de projetos a serem votados tem emperrado as negociações. A Casa Branca quer manter o financiamento para os departamentos de Segurança Interna e Defesa conectados e assim obter algum controle e influência sobre os republicanos, que dominam a Câmara. Mas a oposição a Biden reluta em dar essa flexibilidade que o governo precisa para administrar a fronteira, um tema que está no centro da disputa presidencial em novembro.
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Tudo agora virou uma questão de tempo. Assessores do Congresso disseram na segunda-feira ao site The Hill que não esperavam que o texto legislativo do pacote de financiamento fosse tornado público pela Câmara antes desta terça-feira, iniciando um prazo padrão de 72 horas para a votação. Isso reduzir demasiadamente o prazo para que o Senado acompanhasse a votação, embora isso possa ocorrer no final de semana.
Militares, segurança interna e passaportes
Estão sob risco, entre outras agências, os departamentos de Estado, Defesa, Segurança Interna, Educação e Trabalho. Nem todas as áreas seriam paralisadas na integralidade: os oficiais da Administração de Segurança dos Transportes precisam permanecer no trabalho, mesmo sem ser remunerados, assim como os cerca de 1,3 milhão de militares da ativa dos Estados Unidos.
Mas o jornal The Washington Post informou que Receita – que historicamente está entre as agências federais mais agressivas na redução de operações quando o financiamento federal expira – ameaça demitir mais da metade de seus quase 90 mil funcionários se a paralisação acontecer. Essa medida afetaria serviços vitais aos contribuintes durante o auge da temporada de declarações fiscais.
No entanto, o Departamento de Estado continuará emitindo passaportes e vistos nos Estados Unidos e no exterior, uma vez que o trabalho é considerado essencial para a segurança nacional. Além disso, a maior parte do financiamento dessa área é coberta pelas taxas que os solicitantes de passaportes normalmente pagam.