Relatório da PF cita a oposição de Marielle Franco e do Psol à eleição de Domingos Brazão, em 2015, para o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) como um dos fatores de “animosidade” entre a vereadora e os acusados de serem mandantes de sua morte. Em determinado trecho, a PF aponta um vídeo postado na página dela no Facebook, no qual o então deputado estadual Marcelo Freixo (Psol), de quem ela havia sido assessora, “faz acusações a Flávio Bolsonaro por este ter votado a favor de José Bismark e Domingos Brazão” para o tribunal. Essa é a única menção à família Bolsonaro no documento.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), por sua vez, fez neste domingo uma postagem na rede X (ex-Twitter) em que celebra o fato de o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), não ter sido apontado como tendo participação no assassinato.
O relatório relembra que a eleição de Brazão para o cargo “foi deveras questionada sob a alegação de não ter sido observado o rito procedimental previsto em lei, bem como em razão de sua incapacidade para exercício do cargo, que supostamente deveria ser ocupado por um servidor de carreira”. E que, dias depois de sua nomeação, a bancada do Psol na Assembleia Legislativa declarou que iria judicializar a questão.
“Em consulta à página de Marielle Franco no Facebook, se verifica que, em 26 de outubro de 2017, período que circundou a origem da proposta fatal destinada a Ronnie Lessa, a vereadora, em postagem intitulada ‘Freixo responde fascista na Alerj’, apresentou um vídeo extraído da TV Alerj no qual o então deputado estadual Marcelo Freixo faz acusações a Flávio Bolsonaro por este ter votado a favor de José Bismark e Domingos Brazão para o Tribunal de Contas do Estado”, aponta o relatório da PF.
Flávio aponta “narrativas” da esquerda
O senador, por sua vez, diz que, “para a frustração de algumas pessoas”, Jair Bolsonaro “não tem qualquer relação com o caso”. E afirma que a esquerda “quer criar uma associação que não existe”.
“A polícia parece ter dado passos importantes para solucionar a morte de Marielle Franco. Para a frustração de algumas pessoas, o que era óbvio está ainda mais claro: Bolsonaro não tem qualquer relação com o caso. Apesar desse fato inequívoco, a esquerda quer criar uma associação que não existe. Esse tipo de farsa narrativa é perigosa e criminosa”, escreveu Flavio na rede social X. “Incentiva linchamentos virtuais e físicos e coloca em risco a vida de pessoas inocentes. Que a Justiça possa continuar com seu trabalho e que dê uma solução definitiva para o caso.”